A artista utiliza a simplicidade e sensibilidade para desconstruir e reconstruir a natureza com toda sua expressão de comunicação. O trabalho não surge somente do abstracionismo simplesmente intuitivo, mas que tem sua gênese na abstração do vivenciado, experenciado, e sobretudo contextualizado na contemporaneidade, através de formas e cores pesquisadas e estudadas: cores e formas como um instrumento de leitura reflexiva.
Obra: Casarios AfroBrasilis
Livro Cristal de Talentos/ Bienal Internacional do Livro SP/2010
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
HOMENAGEM
Biografia de Antonio Gonçalves Gomide
Pesquisador aplicado e artista engajado, o pintor, desenhista, gravador, escultor e professor de Artes Plásticas, Antonio Gonçalves Gomide, nasceu no ano de 1895 em Itapetininga, São Paulo.
Ao mudar-se para a Suíça, em 1913, passou a freqüentar a Academia de Belas Artes de Genebra e tornou-se discípulo de Gillard e Ferdinand Hodler.
Em Paris, teve contato com artistas de vanguarda e, acompanhou as tendências locais e da época. Seus trabalhos desta época mostram influências renascentistas, traços cubistas e de art déco. Em sua estada na capital francesa, freqüenta ateliês de artistas como Picasso, Braque, Lhote, Picabia e Severini, além de manter contato com modernistas brasileiros, como Anita Malfatti e Victor Brecheret. Nesta época aprendeu a técnica do afresco com Marcel-Lenoir.
De volta ao Brasil em 1929, aproximou-se do movimento de renovação das artes plásticas, ao lado de diversos artistas que participaram da Semana de Arte Moderna de 1922. Junto com outros artistas funda a Pró-Arte Moderna em 1932, e neste mesmo ano tornou-se dirigente do Clube dos Artistas Modernos.
Esta aproximação com os modernistas marca a fase de readaptação do artista aos cenários brasileiros, e uma ruptura no estilo vanguardista parisiense que vinha empregando até agora.
Gomide, porém, não se reteve em apenas um ou dois estilos. Pesquisava e descobria novas técnicas a cada dia, o que renovava sua obra. Chegou a produzir obras com características diferentes ao mesmo tempo.
Uma outra fase que marcou a vida do artista foi quando ele se empenhou em registrar a cultura popular, seus sambas e suas macumbas.
Nos anos 50 torna-se freqüentador do Clube dos Artistas da rua Major Sertório, em São Paulo, dá aulas no Museu de Arte Moderna, e é cenógrafo da Companhia Vera Cruz. Já no fim da vida, nos anos 60, dedica-se à escultura, pois um problema na visão - que o deixaria cego em 1966 - o impede de pintar. Falece em 31 de agosto de 1967 na cidade de Ubatuba, São Paulo.
Cronologia
1895 – Nasce na cidade de Itapetininga, São Paulo;
1913 – Muda-se para a Suíça, onde freqüenta a Academia de Belas Artes de Genebra até o ano de 1918;
1920/21 – Passa um ano no Brasil;
1921/1929 –Monta seu ateliê em Paris, onde tem contato com as vanguardas européias e artistas modernistas brasileiros.
1929 – Retorna definitivamente para o Brasil;
1932 – Dedica-se ao movimento modernista, fundando a Pró-Arte Moderna e dirige o Clube dos Artistas Modernos, participa da I Exposição de Arte Moderna e faz parte da Revolução Constitucionalista;
1934/37 – Viaja pelo interior do Estado de São Paulo junto com Paulo Duarte e colabora com o levantamento das igrejas do século XVII para o Iphan;
1951- Participa da I Bienal de São Paulo;
1952/54 – Dá aulas de desenho no Museu de Arte Moderna de São Paulo;
1960 – Começa a esculpir, pois problemas de visão o impedem de pintar;
1964 – Muda-se para Ubatuba;
1966 - Perde totalmente a visão;
1967 – Morre no dia 31 de agosto em Ubatuba.
*FOTO: VERNASCHI, Elvira. Gomide. Editora da Universidade de São Paulo (pág. 13); São Paulo, 1989.